Materiais consagrados e quando utilizá-los
- Próteses totais acrílicas: confeccionadas com resina PMMA termo-polimerizável, indicadas pela literatura como padrão-ouro por oferecer boa adaptação e possibilidade de caracterização gengival e dental.
- Próteses parciais em cromo-cobalto: recomendadas quando o paciente mantém dentes remanescentes com suporte periodontal. A armação metálica confere rigidez e distribui forças sobre pilares e tecidos moles.
- Próteses flexíveis (poliamida/nylon): úteis em casos de alergia a metais ou quando a estética nos grampos é prioridade. É importante orientar o paciente sobre a maior flexibilidade, que pode exigir controles frequentes de retenção.
Como melhorar retenção e conforto
- Moldagem funcional: materiais como alginato de alta precisão ou silicones de adição registram detalhes do rebordo; na segunda moldagem, técnicas de pressão seletiva favorecem a vedação periférica.
- Base polida e bordas ajustadas: o laboratório finaliza as bordas com largura média de 2 mm e polimento espelhado para evitar trauma em mucosas móveis.
- Registro intermaxilar estável: cera 7 ou blocos em resina light-cured ajudam a manter a dimensão vertical e a relação cêntrica durante o envio ao laboratório.
Equilíbrio oclusal e fonética
A literatura clássica (Boucher e Lang) descreve a importância do esquema bilateral balanceado para próteses totais: contatos simultâneos em excursões laterais e protrusivas ajudam a reduzir deslocamentos. O laboratório monta os dentes respeitando o plano de Camper, a linha bipupilar e o corredor bucal, e devolve a montagem para prova estética e fonética antes da inclusão.
Caracterização estética
- Pigmentos específicos em resina permitem reproduzir vênulas, coloração cervical e translucidez incisal.
- A seleção de dentes pré-fabricados deve considerar forma, tamanho e fotografia do sorriso prévio do paciente quando disponível.
- Reembasamento interno pode ser solicitado para garantir passividade após ajustes clínicos.
Manutenção e suporte ao dentista
- Ajustes pós-instalação: o profissional pode solicitar mapa de contatos oclusais do laboratório para guiar as primeiras consultas de ajuste.
- Reembasamentos e reparos: indique claramente o tempo de uso da prótese e pontos que precisam de reforço; resinas auto ou termo-polimerizáveis são selecionadas conforme a necessidade.
- Protocolos de higiene: oriente o paciente a evitar água quente e soluções à base de hipoclorito que possam danificar resinas flexíveis; pastilhas efervescentes neutras são recomendadas.
Quando sugerir upgrade de material
- Pacientes com fraturas recorrentes em grampos ou bases acrílicas podem se beneficiar de armações em cromo-cobalto.
- Quem apresenta alergia a monômeros residuais deve receber resinas com ciclo térmico prolongado e polimento interno completo.
- Casos com grande exigência estética em dentes anteriores justificam dentes ceramizados ou compósitos reforçados.
Conclusão
Próteses removíveis confortáveis dependem de moldagens bem executadas, comunicação transparente com o laboratório e escolha criteriosa de materiais. Com protocolos alinhados, é possível entregar dispositivos estáveis, estéticos e de fácil manutenção, fortalecendo a confiança entre paciente, cirurgião-dentista e laboratório.
Dúvidas frequentes
Como envio registros precisos ao laboratório?
Inclua moldagem funcional, relação intermaxilar em cera e fotografias do sorriso do paciente. Esses dados orientam a montagem articulada e a caracterização.
Qual o intervalo ideal de revisão após entrega da prótese total?
As diretrizes clínicas recomendam revisões em 24-48 horas, sete dias e 30 dias, ajustando pontos de pressão e instruindo higiene.
Próteses flexíveis precisam de reforço?
Em regiões extensas, o laboratório pode combinar estruturas rígidas metálicas ou fibra de vidro para ampliar a estabilidade sem comprometer a estética.
Quando indicar reembasamento?
Sempre que houver reabsorção significativa do rebordo ou perda de retenção. Um reembasamento periódico mantém a prótese funcional e reduz traumas nos tecidos moles.
